Janeiro é o tempo das dietas, amores e chuvas de verão. Até que as águas de março rolem por baixo da ponte muito BBB vai despontar para o anonimato, como o cro-magnon Kleber Bambam na Turma do Didi, ou aparecer junto com o Tarcisio Meira nas páginas da vida global, como Grazi Massafera. Sucesso ou vexame, não tem problema. Ele/ela suportam estoicamente. Mesmo porque vexame, inibição e senso de ridículo são vocábulos ausentes do idioma dos moradores da casinha de bonecas do Bial.
Pedro Bial, que trocou as reportagens internacionais pela fabricação de crônicas dignas da piada do Casseta e Planeta, revelou-se o anfitrião da casa de bonecas perfeito para narrar as fantásticas peripécias de acasalamento de anônimos, para alcovitar as estrepolias eróticas de desocupados, para realizar-se como Guia deste inferno dantesco que assola o verão.
E paro por aqui, que estes adjetivos já estão parecendo com, sei lá, umas crônicas do Bial, e já estou até ofendendo a memória de Alighieri e sua comédia divina.
Mas, afinal? O que querem esses jovens belos sarados brincando de casinha na TV? Um milhão de reais? Duvido. Dê 10 reais por dia e peça troco que, ainda assim, estes mancebos e donzelas são capazes de ficar zanzando pela telinha por mais tempo que o Chaves. Eles só querem fama; dinheiro não traz felicidade. Eles só querem a aprovação do respeitável público. E alguns apenas cumprem a máxima pelo avesso: "deita na cama e faz a fama".
Os habitantes da casinha do Bial são meros mortais exibicionistas. O problema é que pra cada exibicionista há 100 voyeurs. À certa altura do programa, os geniais produtores fazem o BBBexibicionista, com todo o afeto que se encerra, olhar nos olhos do voyeur-diante-da-TV, despir-se dos pecados cometidos e implorar o perdão salvador do telespectador-interlocutor.
É assim que ambos os anônimos desocupados dos dois lados da tela ganham reconhecimento. A futura ex-BBB, que nem tendo nem sendo, vira celebridade porque parece "ser", e o "interativo espectador", que se sente reconhecido por ter escolhido e votado no exibido que lhe apetece.
Pedro Bial, que trocou as reportagens internacionais pela fabricação de crônicas dignas da piada do Casseta e Planeta, revelou-se o anfitrião da casa de bonecas perfeito para narrar as fantásticas peripécias de acasalamento de anônimos, para alcovitar as estrepolias eróticas de desocupados, para realizar-se como Guia deste inferno dantesco que assola o verão.
E paro por aqui, que estes adjetivos já estão parecendo com, sei lá, umas crônicas do Bial, e já estou até ofendendo a memória de Alighieri e sua comédia divina.
Mas, afinal? O que querem esses jovens belos sarados brincando de casinha na TV? Um milhão de reais? Duvido. Dê 10 reais por dia e peça troco que, ainda assim, estes mancebos e donzelas são capazes de ficar zanzando pela telinha por mais tempo que o Chaves. Eles só querem fama; dinheiro não traz felicidade. Eles só querem a aprovação do respeitável público. E alguns apenas cumprem a máxima pelo avesso: "deita na cama e faz a fama".
Os habitantes da casinha do Bial são meros mortais exibicionistas. O problema é que pra cada exibicionista há 100 voyeurs. À certa altura do programa, os geniais produtores fazem o BBBexibicionista, com todo o afeto que se encerra, olhar nos olhos do voyeur-diante-da-TV, despir-se dos pecados cometidos e implorar o perdão salvador do telespectador-interlocutor.
É assim que ambos os anônimos desocupados dos dois lados da tela ganham reconhecimento. A futura ex-BBB, que nem tendo nem sendo, vira celebridade porque parece "ser", e o "interativo espectador", que se sente reconhecido por ter escolhido e votado no exibido que lhe apetece.
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