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Mostrando postagens de junho, 2007

o compositor cristão no tempo

Haendel sem O Messias , Bach sem A Paixão Segundo S. Mateus. A música sacra desprovida de dois de seus maiores monumentos. Se os críticos desses compositores tivessem vencido, assim ficaria a história da música. Na Inglaterra do século 18, Haendel era um alemão, de escola italiana, a serviço de Sua Majestade. Sem licença para ousar, mas com raro tino de espetáculo, Haendel fazia um sucesso merecido na corte inglesa. Nem por isso conseguiu estrear em Londres sua obra que viria a ser a mais famosa, o oratório O Messias . Foi para Dublin, onde alcançou tamanho êxito que os empresários londrinos logo perceberam o potencial comercial da obra. Em que pese as histórias sobre a rapidez (menos de 3 semanas) com que o oratório foi integralmente composto ou sobre a reverência do rei Jorge II durante o Aleluia (o “Hallelujah”, o “He shall reign forever and ever”), há uma outra história menos divulgada: a de que a obra encontrou firme oposição do conservadorismo musical e religioso de músicos e e

poemas e canções da modernidade cristã

Entre os cantores mais copiados e mais criticados dos últimos 10 anos sem dúvida está o nome de Leonardo Gonçalves. O cantor cristão, de fato, provocou uma mudança na música praticada na Igreja Adventista tão intensa quanto as canções de Williams Costa Jr. nos anos 70, o despontar do Grupo Prisma no final dos anos 80, a renovação estilística promovida por Jader Santos no quarteto Arautos do Rei e a recriação da canção coral para a juventude produzida por Lineu Soares. O título do álbum – Poemas e Canções - carrega duas características da música contemporânea: 1) valorização a letra da canção menos como portadora doutrinária e mais como reveladora de testemunho individual, mas comum à coletividade; 2) consolidação da canção como instrumento mais adequado para evangelização do que o “hino”. No que diz respeito ao primeiro aspecto, vejo que se para alguns compositores a verdade escriturística é melhor anunciada quando a letra da música extrai poeticamente passagens da Bíblia, num outr

O NACIONAL E O POPULAR N'A PEDRA DO REINO

A 3ª parte da microssérie A Pedra do Reino , exibida nesta quinta-feira, mostrou com quantos paus Ariano Suassuna constrói sua idéia de nacional-popular. Vale lembrar que a ideologia do nacional-popular , que está baseada na proposta da afirmação de uma “autêntica” identidade nacional, já foi de caráter folclorista ou mais politizado. Para Mário de Andrade, a música do folclore, e nunca a música popular de massa, era a autêntica expressão de um povo. Para Villa-Lobos, a música erudita nacional só era autêntica se embebida de folclore (noves-fora o talento de Villa, a Paris dos anos 30 que o aplaudiu adorava um ‘exotismo índio’). O venerável José Ramos Tinhorão deixa claro que só o batuque dos iletrados da virada do século 19 para o 20 é autêntico. Para o CPC dos anos 60, só o baião politizado salva. Para o Cinema Novo, só o sertão e a colagem são legítimos. E para Suassuna? Em A Pedra do Reino , dois personagens vão duelar: um, é fidalgo ibérico conservador; o outro, é tapuia-negro-com

A PEDRA DO REINO

Quando se diz que nos Estados Unidos as melhores histórias migraram do cinema para a televisão (vide Lost, 24 Horas, CSI, Família Soprano, Seinfeld) não se pode deixar de concordar. Ainda mais quando se assiste a falta de idéias que invade as telas mundiais em forma de franquias intermináveis: Homem-Aranha , Shrek , Piratas do Caribe , Pânico , X-Men , Missão Impossível . Todos, com maior ou menor qualidade, em sua terceira fase em busca dos nossos níqueis perdidos. O cinema nacional, notório pela sua falta de boas histórias, ou pelo menos, de histórias bem contadas, é obrigado de quando em vez a dar a mão ao palmtop dos diretores e roteiristas da TV. É só lembrar que Eu, Tu, Eles , Cidade de Deus , Lavoura Arcaica , Lisbela e o Prisioneiro , Dois Filhos de Francisco e O Homem que Copiava estão entre as melhores histórias contadas nos últimos anos. Ok, não precisa me lembrar que Olga , Se eu fosse você , Redentor , Muito gelo e dois dedos d'água e outras mediocridades também for