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Mostrando postagens de dezembro, 2007

Djingo béus pra você também!

Entre as mais bizarras adoções culturais brasileiras certamente está o Natal com pinheirinhos, renas, trenó, meia na lareira, e claro, a esdrúxula e escalafobética figura de um velhinho obeso e rosado e risonho vestido de vermelho e branco e calçando botinha Carla Perez. Nessa altura, a criançada já não tem mais tanta empatia com o bom velhinho e sabe de sua origem pelas mãos lucro-criativas da Coca-Cola. O que, a bem da verdade, fez perder um bocado da graça que o Santa Claus tinha por essas bandas. Este mesmo escriba hyperlinkado que lhe atazana o fim-de-ano possui uma foto de infância com figurino e barba noelinas, sabe-se lá a peso de que chantagens... Ex-habitante da Lapônia, eis que a indústria da publicidade natalina espalhou o rechonchudo presenteador por quase todos os rincões do planeta (se alguém souber de um Noel palestino, me avise), o que faz a gente pensar como será o Natal e o Papai Noel na Etiópia, no Pantanal, etc. Na Venezuela, o único adulto com gorro vermelho ainda

Troféu MAXIGOIABINHA de 2007

Do troféu MaxiGoiabinha: dá pra levar a sério uma companhia aérea que rende 1 bilhão de dólares a cada irmão Constantino e cujo cardápio dos passageiros é uma barra de MaxiGoiabinha? A TAM e a GOL poderiam fazer melhor, todos sabem. Mas ao distribuírem aquela rala barrinha de cereais, estavam sinalizando o tratamento que dariam aos passageiros durante o ano. O MaxiGoiabinha também representa o ridículo da situação para uns (comer aquela barra grudenta sem Corega Taps é um risco) e o sinal dos novos tempos para outros (todos os passageiros podem exercer democraticamente sua cidadania e partilharem juntos da ceia aérea com resignado bom-humor). Desde já, não ofenda quem lhe injuriou nesse ano, não lhe jogue uma torta no rosto. Só lhe dê gentilmente um MaxiGoiabinha. Veja algumas categorias do Troféu MaxiGoiabinha e depois participe da nossa enquete: Música : quando o último disco lançado não vende mais como antes, é hora de usar a seguinte tática: a banda pode anunciar que já é tempo de

American Brega

Apesar dos avisos da crítica, tive que assistir a Dreamgirls por uma razão acadêmica. Após o “the end” do filme, fiquei pensando porque raios me recomendaram vê-lo. Talvez eu tenha me confundido e quem me receitou esse filme era um sádico querendo que eu experimentasse uma sessão (da tarde) de tortura, ou um dos doutores da alegria tratando meus humores com essa comédia involuntária, ou era apenas uma prova de paciência que me ensinasse a suportar biblicamente a leva de canções ruins do filme. Torturado pela chatice do enredo, rindo dos sérios intérpretes musicais e suportando a monotonia das canções. Explico. Quando o filme começa, somos pegos pela fotografia de cores fortes e pelo enquadramento do show mostrado. Porém, a seguir, percebemos que quase todas as cenas cantadas têm a mesma obsessão por cores berrantes (principalmente com aquela luz azul sobre o intérprete). A história, bem, que história? Os eventos se sucedem com elipses mal-feitas que tentam explicar as decisões dos per

Kaká e a religião do futebol

Se a guerra, segundo Clausewitz, é a continuação da política por outros meios, o futebol seria o prosseguimento da religião em nosso meio. Noves fora a politicagem contumaz que assola a organização desse esporte no Brasil, o futebol pode ser explicado como a religião com o maior número de fiéis no país. Se o futebol é a religião, os times são as múltiplas denominações. Com a diferença de que o crente vai de uma denominação a outra, enquanto não se conhece quem troque de time com a mesma facilidade. Aliás, diz-se que o torcedor pode trocar de religião, de cônjuge e até de sexo, mas nunca trocará de time. Assim como a maioria dos religiosos pouco se dá ao trabalho de conhecer a história de sua igreja ou estudar a fundo suas doutrinas, o torcedor (e boa parte dos jogadores também) mal conhece a história do esporte, suas regras ou seus direitos. No máximo, sabe de cor a escalação de um grande time do passado. Em geral, o torcedor fanático age como um fundamentalista religioso: ele logo esq