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Mostrando postagens de abril, 2010

sobre música sacra...

Os cuidados da vida estão me tomando o precioso tempo para escrever sobre um dos temas preferidos deste blog: a música sacra, ou mais precisamente, a música cristã. Por isso, indico alguns bons textos sobre o assunto espalhados por esse mundo virtual sem porteira: Por que amamos o hinário? - Vanessa Meira oferece algumas ótimas respostas para quem gosta dos clássicos. O "demônio" da bateria - A discussão parece tema dos anos 80/90, mas Douglas Reis melhora o debate, sem mitos e sensacionalismos, sobre o uso da bateria e da percussão nas igrejas . Clique nos links e boa leitura.

de pensar morreu um google

No decorrer de um (im)produtivo dia de trabalho, há pessoas que sempre têm cinco minutos para passar três horas no MSN. Mas há um outro grupo: aqueles que abrem quantas páginas da internet puderem e dedicam-se à leitura rápida e indolor de sites à granel, de blogs à roldão. A linguagem da internet é rápida e já agregou os maus modos de se escrever em outra gramática: não existe pecado ao sul do Equador nem erros de português na cyberdemocracia. Mas não pense que vou declarar guerra às máquinas. Que nada; amo muito tudo isso. Não faço o tipo que preferiria viver no milênio passado, sem fax, sem elevador, sem chuveiro, sem liquidificador, sem vasos e descargas, sem freezer, sem lâmpadas, enfim, nas trevas de uma Sibéria total. Contudo, a cada site visitado estamos mais semelhantes às criaturas que inventamos. Estamos cada vez mais optando por livros menores e telas maiores, frases ligeiras e resumos velozes, e assim vamos celebrando a era de muita informação, pouco conhecimento e nenhuma

a última missão de Obama, Fidel e Lula

Os trágicos e altos números de mortos e desabrigados causados pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro infelizmente logo vão se juntar a outros números sobre inundações na capital carioca e se tornarão uma estatística para ser citada no próximo desastre pluvial. Os governantes já começaram a empurrar a responsabilidade para os governantes do passado, Como ninguém começou a tratar dessa situação antes? , ou para o mundo do abstrato, Foi uma calamidade imprevisível . O presidente Lula, entre uma multa e outra por fazer campanha ilícita para sua candidata nas eleições de outubro, esteve no Rio e recitou o bordão: “Quando o homem lá de cima fica nervoso o jeito é pedir pra Ele parar a chuva”. Ahã! Deus estava nervoso, então? Isso equivale a dizer que Jeová teve um dia difícil no escritório com empregados indolentes, esqueceu de levar casaco de frio, não conseguiu comprar um casaco na Renner pois estava com parcelas em atraso no cartão, almoçou pela eternésima vez no mesmo restaurante self-s

música cristã: os fins, os meios e a missão

Na dinâmica do mundo moderno há uma pergunta sempre recorrente: como tornar o evangelho de Cristo pertinente para a “sociedade do espetáculo”, para uma juventude bombardeada por um fluxo incessante de imagens e signos atraentes e, muitas vezes, com claros incentivos anticristãos? Para atender às expectativas modernas, muitos líderes e músicos cristãos inserem-se na corrente do Pragmatismo . Isto é, usam novas estratégias, empregam novos meios para alcançar os velhos fins. Entenda-se “velhos fins” por tentativa honesta de divulgar a mensagem cristã, mas também, em outros casos, por velhas finalidades de enriquecimento através da boa-fé alheia. Apesar disso, segundo Wolgang Stefani, “ninguém pode duvidar da sinceridade daqueles que advogam essa abordagem [o pragmatismo], nem depreciar sua ‘utilidade’ e ‘resultados’ , e deve-se considerar seus resultados significativos (Música Sacra, Cultura e Adoração, p. 13). Na opinião de Calvin Johannson, há falhas mais sérias na abordagem pragmática

a graça do descobrimento

22 de abril não é para ser feriado mesmo. Afinal, são tantas as versões do achamento da terra em que se plantando tudo dá, e tanta gente querendo assumir o lugar do Seu Cabral como navegador-descobridor, que não vale a pena deixar o mercado vazio e parar o tráfego nas ruas. Além do mais, um feriado desse tipo nos lembraria que fomos colonizados pelas vítimas preferenciais de nossas ridículas piadas. Pior: que andávamos sem lenço e sem documento até que bravos marujos nos acharam em nosso idílio selvagem e nos deram espelhos e vimos um mundo doente. O resto é canção... Tira do Laerte.

Brasília, olha pra cima

Brasília faz aniversário. A capital planejada para ser o centro decisório das ações políticas nacionais, a cidade traçada para representar o arrojo arquitetônico faz 50 anos. No plano urbanístico foi construída sob o ousado lema “50 anos em 5” , o mote de Juscelino Kubitschek para erguer uma nova nação. Já no plano político, há cinquenta anos não sai dos cinco, avança pouco, parece que ainda dá os primeiros passos no republicanismo. Não preciso lembrar as personalidades de mente colonial que usam Brasília como uma capitania hereditária. Às vezes, bate um niilismo no coração do eleitor que julga que todos os políticos são iguais (e nem mudam de endereço). Os muitos discursos revelam que de boas intenções Brasília também está cheia. O projeto urbano de Brasília foi uma aventura épica. Em contrapartida, não se pensou nos habitantes. Muito concreto para pouco espírito? Reclama-se que é uma cidade antipedestre: locomoção coletiva deficiente; e pró-carro particular: a cidade “sem esquina

a fábula da música com mensagem subliminar

Há três tipos de pessoas quando o assunto é mensagem subliminar. 1) O que não acredita nisso de jeito nenhum; 2) O que não acredita nem em subliminar nem em bruxas, mas que las hay, las hay, e 3) O que acredita que Paul McCartney morreu nos anos 60 e quem anda por aí é um sósia perfeito (e também baixista e canhoto). Esse último espécime humano tem sido capaz de desmoralizar qualquer pesquisa séria em torno das tais mensagens subliminares. Ele distorce fatos, usa o YouTube como nota de rodapé de palestra, encontra agulha no palheiro e coa mosquito enquanto deixa passar camelos. As mensagens subliminares estariam em quase todo canto, dizem. Mas hoje só vou falar dos casos que envolvem música. Então, adiante, que o assunto é longo, mas um blog não tem o direito de sê-lo. Depois da lenda urbana que se comprovou ser a mensagem subliminar das músicas tocadas ao contrário, logo surgiu outro tipo de mensagem subliminar: a inversão da letra escrita da música. Dois exemplos da s

a vila e a religião

O filme A Vila (2004) conta a história de uma comunidade rural do século XIX cercada por uma floresta onde, segundo os moradores mais velhos, vivem criaturas sobrenaturais cujo território ninguém deve invadir sob pena de acarretar a morte para si e para os habitantes da vila. A atmosfera de medo gerada pela suposta existência desses seres fantásticos e ameaçadores é utilizada pelos líderes da comunidade para incutir nos moradores a ideia de que sair da vila é extremamente perigoso para toda a comunidade.  Mas do que mesmo está falando esse filme? Para alguns, a história, seria uma analogia do “estado de emergência” criado pelo governo de George W. Bush após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Os Estados Unidos dificultaram a entrada de “suspeitos” estrangeiros e estabeleceram um invasivo sistema de vigilância interna a fim de evitar novos ataques. A paranoia é cria do medo coletivo de que Aqueles que Não São Como Nós nos odeiam e querem nos destruir. O histórico no

explosão gospel

A fenomenal expansão do segmento pentecostal brasileiro se tornou um objeto de pesquisa acadêmica, sendo a indústria musical o ponto mais focalizado. Além das óbvias áreas da musicologia e da teologia, comparecem agora as ciências da comunicação, a psicologia e a economia. Durante o mestrado, encontrei bastante literatura sobre o tema, a maioria em forma de grossas dissertações encadernadas nas bibliotecas universitárias. Um dos trabalhos mais acurados está o da professora Magali do Nascimento Cunha, doutora em Ciências de Comunicação e mestre em Memória Social e Documento, docente da Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo. Seu livro Explosão Gospel (Editora Mauad), analisa as novas atitudes socioculturais dos evangélicos, situando-os dentro da lógica de mercado e da compreensão bíblica neopentecostal. A seguir, trechos da entrevista concedida por Magali Cunha à revista Cristianismo Hoje : CRISTIANISMO HOJE – Como a senhora define a cultura gospel? MAGALI DO NASC

bom de bola, bom de fé e bom de farra

Na semana da Páscoa, a equipe de marketing do Santos Futebol Clube armou o evento perfeito. Seus meninos bons de bola iriam distribuir ovos de chocolate para portadores de paralisia cerebral e outras deficiências em uma instituição espírita, o Lar Mensageiros da Luz. Tudo muito bonito e lustroso para a imagem. Só faltou combinar com a profissão de fé dos jogadores. O evangélico Roberto Brum, por exemplo, soube da visita agendada e pediu licença para não ir. Outros jogadores, como Paulo Henrique Ganso, Léo, Marquinhos, André, Fábio Costa e os idolatrados Neymar e Robinho, entraram no ônibus que foi até à instituição, mas ao chegar no local, não desceram do ônibus. Muitos constrangimentos e arrependimentos depois, foram contar aos jornais que alguns jogadores não desceram temendo azar e outros declararam súbita iluminação espiritual que os orientou a não sair do veículo. Segundo a Folha de S. Paulo , Robinho disse que a atitude “foi movida pela religiosidade de cada um”. N

a Paixão de Cristo em 4 músicas

O gospel nacional tem abdicado de um dos temas mais decisivos do cristianismo: a cruz. Os compositores reduziram o evangelho a quatro itens: louvor, louvor, louvor e unção. O tema do Calvário foi deixado para os cineastas. Relembro aqui quatro músicas que, além de ressaltarem o momento de maior dor e coragem do Deus feito Homem de dores, nos mostram o valor da compreensão da cruz para a aceitação da fé cristã. Como devo ter omitido alguma música de sua preferência, fique à vontade para registrá-la nos comentários. Monte do Calvário (On a rugged hill, de Keith Whitford) A versão em português dessa música traduziu a aflição e a esperança que são o paradoxo da cruz. Retrata a solidão do Cristo agonizante (“Só, em agonia pereceu”), e mostra o choque dos contrastes que sintetiza o Calvário: Puro, carregou meu fardo Para libertar-me do pecar