Texto de Ed Renê Kivitz.
Minha primeira reação foi ignorar a pergunta, formulada em
tom de crítica a um tweet que postei testemunhando minha fé em Deus. Imaginei
que o autor da pergunta não esperava resposta, apenas pretendia sugerir a
estupidez da minha fé. Tive a mesma sensação que experimentei quando comecei a
ler um texto sobre “razões porque deixei de ser crente” e o autor logo na
primeira página comparou a crença em Deus à crença no Saci-Pererê. Mas, passado
o ímpeto de deixar pra lá, resolvi responder, pelo menos para mim mesmo.
Minha resposta começaria afirmando que jamais acreditei em
bicho-papão. O que me aterrorizava na infância eram os ciganos e o “velho do
saco”. Devo isso às minhas avós, que diziam que esses homens malvados gostavam
de raptar meninos desobedientes. Registro que acredito em ciganos e velhos do
saco, não necessariamente como raptores de crianças, embora seja em parte
verdadeiro. Mas resolvi responder como se meu imaginário infantil tivesse sido
ocupado por esse tal de bicho-papão.
Eis, portanto, algumas razões porque, embora continue
acreditando em Deus, deixei de acreditar em bicho-papão.
. Não conheço
nenhum adulto que acredita em bicho-papão
*****
Nota na Pauta: nos comentários do texto no blog de Ed Kivitz, o leitor Mauricio acrescenta "que ninguém fica perdendo tempo tentando provar que o bicho-papão não existe".
Imagem acima:"Monsters under the bed", de Dean Bloomfield
Imagem acima:"Monsters under the bed", de Dean Bloomfield
Comentários
quanto mais eu leio sobre pessoas que aderiram a essa nova moda, o Ateísmo, mais percebo quão controversa ela é.... na maioria das vezes as pessoas não vivem como dizem que acreditam... por que dão tanta importância a Alguém que juram que não existe... por que perdem seu tempo para falar sobre o que não existe.... não consigo entender....
pra mim essa moda é por conveniência e não por convicção....
Danivia, o Ed Kivitz é sempre bom de ler. Obrigado.
kkkkkkkkkkkkkkkkkk