Quando visitei o museu arqueológico Paulo Bork (Unasp - EC), vi um tijolo datado de 600 a.C. cuja inscrição em escrita cuneiforme diz: “Eu sou Nabucodonosor, rei de Babilônia, provedor dos templos de Ezágila e Égila e primogênito de Nebupolasar, rei de Babilônia”. Lembrei, então, que nas minhas aulas de história da música costumo mostrar a foto de uma lira de Ur (Ur era uma cidade da região da Mesopotâmia, onde se localizava Babilônia e onde atualmente se localiza o Iraque). Certamente, a lira integrava o corpo de instrumentos da música dos templos durante o reinado de Nabucodonosor. Fig 1: a lira de Ur No sítio arqueológico de Ur (a mesma Ur dos Caldeus citada em textos bíblicos) foram encontradas nove liras e duas harpas, entre as quais, a lira sumeriana, cuja caixa de ressonância é adornada com uma escultura em forma de cabeça bovina. As liras são citadas em um dos cultos oferecidos ao rei Nabucodonosor, conforme relato no livro bíblico de Daniel, capítulo 3. Aliás, n
Comentários
Aprendam, de uma vez por todas, como deve ser a receita perfeita para a composição um bom e legítimo "Sertanejo do Jardim da Infância". São três passos bem simples:
1. Para a letra das estrofes, pegue uma meia dúzia (quando muito) de sentenças versando invariavelmente sobre os temas "sexo", "balada", "bebedeira", "pegação" e "sem-vergonhices" (esse é só um eufemismo para não se usar o termo mais chulo) em geral. Para este item, ainda, é importante que não se demonstre a mínima consideração para com as regras básicas de expressão em Língua Portuguesa, tais como concordância, coesão, coerência etc. (afinal de contas, a chamada "licença poética" legitima a adoção dos mais absurdos descalabros linguísticos...);
2. No refrão, preferencialmente, acrescente algumas sílabas soltas, desconexas e sem qualquer sentido inteligível. Eis aqui algumas boas sugestões: "ai-ai-ai", "tchu-tchá-tchá", "tchê-tchererê-tchê-tchê","lê-lê-lê", "bará-bará-bará, berê-berê-berê" etc.
3. Encaixe tudo isso dentro de uma sequência melódica e harmônica de três ou, no máximo, quatro acordes repetida à exaustão. Se porventura lhe falta criatividade e/ou competência artística para imaginar algo diferente, não tem problema algum. A "fórmula mágica" já vem pronta, basta tocar as cifras: Am - F - C - G.
Pronto, aí está. É sucesso garantido! Afinal, as dezenas de canções que ouvimos todos os dias, e que seguem à risca este padrão, não me deixam mentir sobre o assunto.
Um abração,
Marcus
P.S.: Ops, foi mal mesmo! Acho que agora eu "me ferrei", porque os cantores e compositores do "Jardim da Infância" vão ficar muito "bravinhos" e mandar os seus irmãos maiores me pegarem na saída da escola (afinal, revelei publicamente o segredo deles na Internet)...
A sequência de acordes é essa mesma. Assim como o rock dos anos 50 era "G - C7 - G - D7 - G", a dos Platters e outros românticos era "C-Am-F-G". Inclusive a cadência mais usada pelo pop-sertanejo também está no refrão de "TAke On me", do A-ha, no Let it be (Beatles), Forever Young, Poker Face, Down Under e trocentos outros hits.
Ô sequenciazinha batida (e inesgotável), sô! rs
Volto com a difícil missão de informar-lhes que, infelizmente, parece que o nosso velho amigo "Sertanejo do Jardim da Infância" conseguiu a incrível façanha de piorar o que já estava péssimo, e acaba de "desgraduar-se" um pouquinho mais, ladeira abaixo, atingindo o nível de "Rol do Berço": Gugu, dadá, buá, buá...
Para entenderem do que se trata, deem só uma "espiadinha" neste vídeo que apareceu recentemente no YouTube. São cenas constrangedoras, admita-se, então aconselha-se a que façam isso somente se forem suficientemente fortes, capazes de tolerar as debilidades alheias e de lidar bem com situações que exponham seres humanos ao extremo do ridículo ou da falta de senso:
http://youtu.be/EoIqEaS52NQ
Puxa vida, e isso tinha que acontecer logo agora, quando eu estava começando a me sentir culpado pelo sarcasmo que usei no meu comentário anterior!
Como já dizia algum "velho deitado" por aí: "A música popular era muito melhor quando o tal sertanejo universitário era apenas um caipira que ia à cavalo pra faculdade."
É pra rir ou pra chorar, hein?!
Um abração,
Marcus