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Mostrando postagens de junho, 2014

façam o que quiserem mas não mexam no meu culto

O formalismo tem engessado não só a doxologia dos cultos, mas também a noção do que é um culto a Deus. Enquanto, num extremo, para uns o culto não difere de uma ida ao shopping ("posso chegar ou sair na hora que eu quiser"), no outro extremo, estão aqueles que não concordam com a mudança de um jota ou um til em sua concepção de culto enquanto céu e terra não passarem ("não mexam no meu culto"). Estes últimos às vezes parecem ter um slogan semelhante ao daquela franquia de hambúrgueres: façam o quiserem, mas não mexam no meu quarterão! Misericórdia quero, e não sacrifícios: este deveria ser o slogan de nossas vidas de crentes com tolerância zero. Deveríamos estar num estágio mais maduro de nossa vida cristã para que não houvesse contenda ou constrangimento indevido por causa de meia dúzia de canções que não estão nos hinários. Mas temos escolhido criticar negativamente em vez de orientar positivamente. O cisco do tradicionalismo impede que se enxergue qu

a culpa é das estrelas, das pessoas ou do John Green?

"A culpa, caro Brutus, não está em nossas estrelas, Mas em nós mesmos, que somos subordinados" (Shakespeare, "Júlio César", ato I, cena 2) Viu só? A culpa não é das estrelas! Placar parcial: Shakespeare 1 x 0 John Green Mas, no intervalo do jogo, você vê que alguns personagens do livro/filme não escolheram contrair câncer. Por isso, John Green põe a culpa no destino ou na sorte justamente pelo fato de que nem sempre temos o controle remoto nas mãos. Além disso, Green não discorda de Shakespeare, pois, deixa evidente que, em relação ao câncer, um indivíduo pode adoecer ao escolher, por exemplo, continuar fumando. Um dos hábitos mais arraigados dos seres humanos é colocar a culpa nos outros, nos políticos, em Deus, na vida, no diabo. E assim vamos nos desresponsabilizando pelos nossos atos, quando poderíamos refletir o quanto as coincidências, o acaso, a providência divina realmente interferem no nosso saldo final. Se tudo fosse controlado e determinado

não me chamem para torcer contra o Brasil na Copa

Vejo pessoas de bom coração conclamando a nação para que torça contra a seleção brasileira na Copa do Mundo. O nobre objetivo dessa convocação é dar um recado aos políticos de que essa Copa não nos interessa, a menos que hospitais, escolas e policiamento fossem de padrão FIFA. Mas por essa lógica, se eu já existisse em 1970, eu deveria ter torcido contra Rivelino, Jairzinho, Tostão e Pelé para que o povo brasileiro abrisse os olhos e visse a sanguinolência da ditadura militar. Peço desculpas, mas não vou engrossar o coro dos contrários. Não me levem a mal. Não sou torcedor de soltar fogos, não choro nem quando meu time perde nem quando ganha. Também não comprei ingressos para a Copa, nem mesmo pra assistir o clássico das mil e uma noites insones Irã x Nigéria, que será aqui no quintal de casa. Quase não sou um torcedor, sou um espectador que gosta de ver um bom espetáculo (seja um filme, um concerto ou uma partida esportiva). Mas não vou deixar que a arrogância da FIF