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Mostrando postagens de julho, 2014

os Arautos do Rei e o segredo da relevância

Os Arautos do Rei são um quarteto vocal masculino que está em atividade há mais de 50 anos. Como um grupo consegue por meio século sem perder a força e a relevância? Me atrevo a dizer que há, pelo menos, duas explicações plausíveis para a bem-sucedida longevidade do quarteto: a manutenção da ética da missão cristã e a capacidade de atualização da estética da música cristã. No caso dos Arautos do Rei, essas características tem sido interdependentes. Isto é, as inovações musicais têm auxiliado o quarteto a se reposicionar culturalmente em meio à passagem das gerações. Com isso, ele mantém a relevância de sua mensagem teológica e o sentido de sua missão evangelizadora. Alguns creem que o texto sagrado e imutável deve ser cantado com melodias compostas em algum passado distante. Para estes, é como se o tempo, e não a atitude de adoração e a prática do louvor, consagrasse a música. Ora, a passagem do tempo nos dá uma falsa perspectiva a respeito de coisas e eventos.

Ariano Suassuna é que sabia das coisas

Ler Ariano Suassuna é se ver representado facilmente: "O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso". Não sei você, mas eu vivo num rodízio dos três. Eu, que não consigo ficar em fila sem um livro na mão, gosto dessa: "Quem gosta de ler não morre só". Essa frase aqui é minha selfie: "Dizem que todas as pessoas têm um lado bonito. Então acho que sou um cír culo". P.S: nacionalista até à medula, Suassuna repreenderia o uso de "selfie". Quem já ouviu Stevie Wonder, Dave Brubeck e George Gershwin, não vai discordar dessa: "Madonna e Michael Jackson são muito limitados. É ofensivo dizer que representam a cultura americana". E como resistir a essa frase?: "Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver". adeus, Ariano. 

o messianismo na pátria de chuteiras

O Brasil republicano nunca escondeu uma queda pela monarquia. Na música, o povo precisa coroar o rei da voz, o rei das multidões, a rainha do rádio, ou simplesmente, o Rei. No futebol, se há o Rei Pelé, temos o manto sagrado, a camisa “amarelinha”. Boa parte do povo brasileiro vê sua seleção de futebol como uma família real com direitos permanentes e mundiais sobre o trono. Nossa seleção seria a única e genuína proprietária do cetro. Assim, quando vencemos um torneio, o mundo se ajoelha bendizendo as glórias imorredouras do país do futebol. Se perdemos, fomos vítimas de maquinações ocultas de usurpadores, ou então, apenas autorizamos a vitória temporária dos adversários. Como não conseguimos vencer nossas mazelas sociais e econômicas e ainda somos vassalos dos feudos financeiros globais, nosso futebol representa nossa esperança de fazer frente aos países mais desenvolvidos mas sem pentacampeonato mundial. Entram em campo, então, os salvadores da pátria. Da pátria d

a melhor música popular vs. a melhor música clássica

Se o jogo hoje fosse Latino vs. Beethoven, a gente perdia feio. Mas se fosse Chico Buarque vs. Scorpions, aí a gente ganhava de goleada. Brasil e Alemanha podiam disputar uma partida da Melhor Música Popular vs. a Melhor Música Clássica. Se bem que o futebol da Alemanha anda mais sem graça do que “Pour Elise” no caminhão do gás, e o Brasil... Bem, agora que o país da bossa nova é mais famoso pela coreografia de “Ai se eu te pego”, então ninguém merece ver um jogo desses.