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Mostrando postagens de dezembro, 2014

melhores livros, músicas e filmes de 2014

Em 2014, encerrei meu doutorado, publiquei um livro e lancei a "pedra fundamental" do meu projeto musical. Entre pesquisar pra escrever e pesquisar pra dar aulas, entre não ouvir para compor e ouvir para aprender, tive tempo pra ver filmes. Alguns deles, me fizeram considerar melhor a arte, a profissão e a profissão de fé. Obs: nem tudo o que li, ouvi e assisti foi lançado em 2014, mas só deu pra ter acesso neste ano que se vai. Livros Os jesuítas e a música no Brasil colonial (Marcos Holler / Ed. Unicamp) – A atuação pedagógico-musical dos padres da Companhia de Jesus entre indígenas e os recém-chegados europeus é fartamente documentada com cartas e outros textos redigidos ainda no século 16. Tecendo a trama entre religião, arte e cultura, o autor busca explicações para entender porque os nativos aceitaram a cultura musical de seus colonizadores. Os Irmãos Karamázov (Fiódor Dostoiévski / Editora 34) – Depois de mais de 20 anos, voltei a ler essa obra-prima

a música popular perdeu o tom

Nos últimos dias de sua vida, Tom Jobim pedia a sua irmã Helena para que lesse o Salmo 23, aquele do “O Senhor é meu pastor e nada me faltará...”. Olhando a obra musical de Tom, o que não falta é música que parece ter a centelha da arte mais divina. Sua combinação de melodia enganosamente simples com harmonização rigorosamente complexa trouxe à música popular brasileira um sabor diferente, um jeito diferente, uma nova bossa. Até o advento de “Ai seu eu te pego” , hit do Michel Teló, a canção brasileira mais conhecida no exterior era “Garota de Ipanema” . Assobie essa canção e perceba como a melodia sobe e desce sem esforço, como o desenho de ondas. Pode ter sido um achado genial involuntário, mas vindo de Tom, quem pode duvidar de que o balanço do mar e da garota que passa foram inscritos delicadamente na melodia sinuosa? E a melodia de “Desafinado” , difícil e bela como a harmonia? E "Corcovado" , em que a melancolia inicial de “Um cantinho, um violão” que de

Princípio (ao vivo): a imagem, o som e a Palavra

Se uma imagem vale mil palavras, quanto vale uma imagem (e uma sonoridade) que comunica a Palavra? Nessa perspectiva, um álbum cristão que, por algum tempo, ultrapasse em vendas as coletâneas de Michael Jackson, Elton John e Madonna e o mais recente trabalho de Taylor Swift tem um inegável simbolismo. Não, isso não representa a o triunfo do gospel sobre o mundo pop como gostariam de dizer os levitas mais afoitos. Até porque o pop e o gospel estão em amigável interação. Esse 1º lugar, ainda que temporário, mostra para a indústria fonográfica a força do mercado cristão. Há evangélicos que abominam a expressão “mercado cristão” - e o fazem de forma tão depreciativa e ingênua quanto alguns detratores esquerdistas repudiam o “mercado capitalista”. No entanto, verdade seja dita, nota-se um estímulo desenfreado ao consumo de artigos que ganham a alcunha de cristão somente porque são comercializados por empresários cristãos. Daí a existência de pulseira cristã, capa de celular e