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Mostrando postagens de 2017

o que nos diriam os reformadores 500 anos depois da Reforma?

500 anos depois das 95 Teses luteranas, muitas pessoas conhecem o dia 31 de outubro apenas como o dia do Halloween. Muita gente acredita que a Reforma Protestante foi "apenas" um acontecimento religioso e nem se dá conta de que as reformas que vieram na esteira do 31.10.1517 mudaram para sempre o pensamento e o modo de vida ocidentais. Ninguém dormiu católico em 31 de outubro e acordou protestante no dia 1º de novembro, mas é certo que os ventos religiosos logo se tornaram uma tempestade política, social e cultural que estremeceu a Europa e, gradualmente, as reformas do século 16 foram se estendendo pelos séculos seguintes abalando as estruturas de uma velha sociedade e construindo a partir de suas entranhas um novo modo de ver as relações entre Igreja e Estado, o acesso ao saber científico, a educação massiva da população, a excelência profissional, a autonomia do indivíduo, a defesa da liberdade de consciência. Evangélicos contemporâneos nem imaginam que a existênc

O Som da Reforma: a música no tempo dos primeiros protestantes

Este é o livro O SOM DA REFORMA, do qual sou autor e organizador. Este livro trata da música dos primeiros protestantes: A celebração dos 500 anos da Reforma Protestante é uma grande oportunidade para quem reflete sobre o cenário religioso contemporâneo. É buscar uma iluminação para viver e compreender o presente. Entre as frentes para reflexão está a música, que tem lugar privilegiado na expressão da fé protestante. No movimento da Reforma, os hinos atuaram como veículos propagadores de novas doutrinas, o que se tornou uma prática marcante deste segmento cristão. No presente, em que a música ocupa lugar cada vez mais destacado no culto evangélico, desta vez em um casamento estreito com o mercado e as mídias, ter acesso à produção contida neste livro é um privilégio. A obra reúne 13 textos de autores que são mestres e doutores, historiadores, músicos e educadores. Por meio deles, é possível aprender sobre a música de Lutero e Calvino, de anabatistas e anglicanos, passando pela Re

a relação entre sermões e músicas

Não é incorreto dizer que a música cristã contemporânea valoriza temas como vitória pessoal e paixão por Jesus. Mas não está totalmente certo dizer que a predominância dessa religião individualista e sentimental é culpa exclusiva dos compositores. Na verdade, esses temas correspondem aos temas predominantemente abordados no púlpito das igrejas. Proliferam vídeos e sermões que apresentam Deus como o sócio para os negócios e Jesus como o ser meigo e bondoso que dá um abraço quando você chora. Não estou dizendo que o Pai e o Filho não se importam com os problemas da vida humana, mas Cristo não morreu na cruz para levantar minha autoestima. Há quase uma relação direta entre uma sociedade que valoriza tanto o sucesso pessoal e igrejas que trocaram o sermão bíblico pela palestra motivacional. Queremos tanto resolver nossos problemas profissionais e familiares que ao chegarmos na igreja esperamos uma mensagem terapêutica que nos faça rir, chorar e tomar boas decisões que

los perfeccionistas musicales #2: uma harpa tem Davi

Naqueles dias, havia diversas pessoas que faziam palestras sobre música sacra, sendo que o povo acorria a tais eventos em grande número, especialmente se o palestrante não tivesse formação musical alguma e se chamasse o pecado pelo nome de bateria. - Ouviste, mestre, que o palestrante provou biblicamente que se tocarmos a música adequada – a suave – com o instrumento adequado, como a harpa, então os espíritos maus fugirão, tal como na história de Davi ao tocar diante do rei Saul? - Então, vós e vosso palestrante tens lido somente os trechos bíblicos que vos interessam. Pois se é verdade que está escrito em 1 Samuel 16:23 que “Davi tocava a harpa e Saul se sentia melhor, e o espírito mau se retirava dele”, também está escrito em 1 Samuel 18:10-11 que noutro dia Davi tocava a harpa diante de Saul e este atirou uma lança em Davi. E noutra ocasião, registrada em 1 Samuel 19:9-10, tocava Davi sua harpa e procurou Saul com sua lança matar a Davi, “porém ele se desviou de Saul, o

R-E-S-P-E-I-T-O

Há 50 anos, Aretha Franklin pedia R-E-S-P-E-I-T-O. A canção "Respect" havia sido gravada por Otis Redding dois anos antes. A gravação de Otis é muito boa, mas uma coisa era um homem cantar que passava o dia trabalhando e ao chegar em casa queria respeito. Novidade era a voz explosiva de Aretha invertendo o discurso e cantando "eu quero pelo menos um pouco de respeito quando você chegar em casa". A gravação de Aretha incluiu um backing vocal feminino e uma particularidade mar cante: no meio da canção, ela soletra R-E-S-P-E-C-T, deixando bem claro que as relações humanas têm de se estabelecer na base do respeito mútuo. Filha do pregador batista C. L. Franklin, chamado de "a voz de um milhão de dólares", Aretha tinha 14 anos quando gravou em 1956 o disco Songs of Faith, que incluía a música "Precious Lord, Take my Hand", presente em vários hinários evangélicos. "Respect" foi a primeira canção de Aretha a atingir o 1º lugar nas rádi

a música depende da sua imaginação

5 conselhos do pianista Theolonius Monk: IMPOSSÍVEL “Tudo que você achar que não pode ser feito, alguém virá e fará” TREINAMENTO  “Permaneça em forma! Às vezes um músico espera por um show, e quando vem, ele está fora de forma e não consegue tocar” NOTAS “Uma nota pode ser tão curta quanto um alfinete ou tão grande quanto o mundo, isso depende da sua imaginação” IMPROVISO “Não toque tudo (ou o tempo todo). Deixe algumas coisas acontecerem. Improvise. O que você não toca pode ser mais importante do que o que você toca” RITMO “Só porque você não é um baterista, não significa que você não precise marcar o tempo” ***** Nascido no Estado da Carolina do Norte e criado em Nova York, Thelonius Monk era um autodidata que aprimorou um estilo de poucas e longas notas, com intervalos mais duradouros e doses de improviso. Aos 13 anos, ele tocava órgão na igreja que a mãe frequentava. O trabalho do músico conquistou espaço nas sessões de jazz e competições do clube Minton’s Playhou

los perfeccionistas musicales #1

Certa ocasião, um grupo de perfeccionistas musicais se aproximou do mestre com uma pergunta: - Qual a diferença entre o louvor raiz e o louvor nutella? O mestre respondeu-lhes, então: - O louvor raiz tem três estrofes e refrão, o louvor nutella tem uma estrofe repetida por mais tempo que um hino de 5 estrofes. O louvor raiz fala da criação, da cruz e da redenção em um mesmo hino. O louvor nutella fala de derramamento e milagre. O louvor raiz diz que Deus é amor. O louvor nute lla repete estou apaixonado por Jesus. O louvor raiz fala de obediência. O louvor nutella fala de celebração. O louvor raiz diz que sou pecador e preciso da graça. O louvor nutella diz que sou vencedor e que Deus determinou minha vitória. Eles se entreolharam satisfeitos com a resposta, pois assim como o pessoal do facebook, todos eles se achavam raiz.   - Entretanto - prosseguiu o mestre – assim como muito louvor nutella cansa pela repetição, tem louvor raiz que não toca mais ninguém. Raiz sem nute